quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Brincadeira que machuca



Apelidos como “rolha de poço”, “quatro olhos”, “vara pau”, entre outros, chutes, empurrões e puxões de cabelo.
Geralmente, os adultos não dão muita
importância por acharem que são brincadeiras próprias da idade. Mas não, nem sempre, podem ser bullying.

Quem já foi criança e adolescente conhece bem a
situação. Se não foi a vítima ou o valentão da história,
com certeza, presenciou cenas em que um colega de
turma recebe apelidos inconvenientes, que ampliam
seus defeitos estéticos, que o amedrontam. São
gozações que extrapolam a brincadeira, que magoam e
constrangem, chegando até à extorsão de bens pessoais,
imposição física para obter vantagens.

Estudos revelam que no Brasil 49% dos alunos estão
envolvidos nesse tipo de comportamento. Sem tradução
direta para o português, o termo é utilizado para
designar violências físicas e psicológicas contra uma
criança. Os atos de violência (física ou não) ocorrem de
forma intencional e de forma repetitiva contra um ou mais
alunos que não conseguem fazer frente às agressões.

Os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros
objetos de diversão, prazer e poder para maltratar,
intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas. O motivo
que justifica o ato é apenas um pretexto, qualquer coisa
que diferencie a vítima: estatura, peso, pele, cabelo,
sotaque, religião, notas, roupas, classe social ou outra
característica que sirva ao preconceito.

O bullying pode trazer conseqüências
preocupantes para a saúde física e
principalmente emocional de quem o
sofre. Se uma criança ou adolescente
começa a ter medo ou falta de vontade de
ir para a escola, queda nas notas, fica muito
triste e deprimido, chega em casa com machucados
inexplicáveis, hematomas, rasgos nas roupas ou sumiço
de material, pode ser que ele tenha se tornado vítima
de bullying. Gastar mais dinheiro que o habitual na
cantina ou com a compra de objetos diversos com o
intuito de presentear os outros também pode ser um
sinal. Outros sintomas são: dificuldades de
comunicação, baixa auto-estima, medo, angústia,
pesadelos, febre, vômitos, dores de cabeça, perda de
apetite e fazer xixi na cama.

Quando a criança se torna vítima de bullying, os pais
devem valorizar o que ela diz sobre seus sentimentos,
elogiando e mostrando ao pequeno que compartilhar
sua dor irá facilitar a busca por soluções. Nunca diga
“Isso não é nada” ou “Finja que não é com você”.

Procure a escola para, ao lado dos educadores, buscar
caminhos para a resolução do conflito. Se as agressões
não chegaram à violência corporal, encoraje a criança a
se impor e estabelecer o que gosta e não gosta.








Eduardo George

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